Pela noite alta, no planalto, invernado
Bruma fria, lua nua, coração encolhido
Cai sobre a alma sonido suspiro partido
No silêncio oco dum abandono calado
Na rua de calçadas desertas, caído
Aflição e ilusão, pelo chão moldado
Na sequidão do inverno do cerrado
Vozeia o afeto num gemido sentido
Num gesto desfalecido e já olvidado
Saudades assopradas do vento árido
De sombras de amores já esquecido
Cutuca a solidão do tempo passado
E neste poetar solitário e sem sentido
Vaza triste espalhafato acabrunhado
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
2017, junho - Cerrado goiano
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