Surge uma estrada perene, estradas dessas buscas.
Pessoas descalças e sofridas, sem palavras!
Gente com vestes rotas, descompassadas,
andar claudicante, como dos bêbados, essa gente!
Trazem semblantes cansados, temperança!
Esperanças de dias melhores por vir, nessa aventura.
Caminham lentos, por entre pedras, asfaltos,
queimando seus pés dilacerados, nessa caminhada...
Assim como surgem, desaparecem com as estradas,
levando sonhos, levando fome, sem esperança,
ressoando gritos estridentes, dos filhos dessa gente,
gente ceifada nessa vida destoante, sempre reticente.
Silêncio, nessa tarde de infortúnios, tarde desbotada!
Opressão dos seus sentidos desesperado, sufocante,
nessa embriaguez trazendo constatações dessa gente,
suavizando tragédias anunciadas e abismos!
Nessa estrada de gente humilde, desesperançada,
brotam outras tardes entristecidas, ensimesmados,
premindo sentidos nessas aparências corroídas,
pelos tempos que abrasa seus sentidos, nessas aflições.
Agora, nesse cortejo silencioso, muita fome,
tecendo tanta fome, tantos assombros e incertezas.
Ousar nesse mundo sem sentido, sobreviver, refluir.
Abrasante espantos e incertezas, mundo destoante.