DAN GUSTAVO

A SAIA DA IRENE 5

E mais uma vez Irene veste a sua saia...!
Para que mais esse poema saia...
E saia pelo mundo através duma passarela entre as estrofes, 
Ou ponte que liga às Estâncias de Maricá!
Uma saia próxima do nível do mar... 
E há alguns centímetros acima do \'pé de um verso livre\'!
\'Vermelha-exu\' e dos sessenta e tantos tons de Irene Mi Bemol ou sustenida!
Do tecido dos sonhos shakespearianos, 
Das \'cortinas em tergal\' das peças de Rodrigues...
Assinada pelo estilo da mesma com suas acentuações de uma escrita própria...!
E com estampas, psicodelia e fúria das batidas desse carnaval!
Com ela, traz o querosene para acender o fogareiro...
Bottiglie di vino!
Ela sai desses versos não só para o mundo,
Mas pro universo afora num lotação espacial ou barca do sol!
Irene vestiu a sua saia mais uma vez... pra alegria de vocês!
Veste vestal que ela veste... saia que sai por aí, pudenda ou se empodera e investe em seu levante!
Uma roupa que é sua, nossa... mas tem vontade própria!
Sendo solta, leve, livre, esvoaçante, rodada, \'rodante\'... e extasiante!
Para quem esteja carente de amor e necessitado desse abrigo...
De onde de noite, de dia se chega e se sai!
De onde saia \'nossos gêmeos Ibejis\'... de onde sai gozo, mel, alfavaca, manjericão, alecrim cheiroso, 
Palmeira, e se ocultam fantasias!
Que guardo com aquela longa saia bege que Adélia nunca vestiu ou vestiria,
O saiote indiano de Helane, o \'vestidinho prom\' da madrinha do Fabiano...
E os \'dolfins\' da minha, numa \'trouxa em calhamaço\' duma gaveta encantada! 
E com a qual sai a própria Irene com seus colares, balangandãs e outros borogodós-parangolês!

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