Iam calmas as nuvens na quietura,
E a mágoa que feriu-me lhe feriste,
E nos termos finais da sepultura,
Também vou-me como tu que me ouviste.
Cobrem os olhos hirtos de negrura,
As mesmas brumas que o luar cobriste,
E o pranto que derramas na tristura,
Derramá-lo também tu já me viste.
Céu de maio, tarde erma e sem viço,
Que morreste o poente em soledade
Onde nascem meus sonhos outoniços.
Ai, olhai pra mim que sozinho sigo,
Com a alma em meio às flores da saudade
Nos caminhos deste peito antigo...
Thiago Rodrigues