Ai, que inveja de Manoel Bandeira, que tinha escolha verdadeira
De, na hora derradeira, ir-se embora pra Pasárgada
Dizem que era sujeito influente e até mesmo amigo do rei
Se foi-se embora algum dia, até hoje eu não sei
Só sei que era poeta e que essa gente é muito louca
Como uma tal de Lúcia Pevensie que entrou num guarda-roupa
E numa terra encantada, como rainha foi viver
Também queria ir pra Nárnia e desse mundo me esquecer
Como Alice através do espelho ou correndo atrás do coelho
Eu tomaria a pílula vermelha e seguiria o senhor Morpheus
Por que esse mundo é muito chato e fui só eu quem percebeu
Ai, que inveja do poeta que se exilou em sua própria escrita
Vou fazer a mesma coisa; criar uma Terra somente minha
Vou-me embora, meu amor, vem comigo para Snívat’.