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Marçal de Oliveira Huoya

Sal da Terra

O mundo não se molda
A vontade do escultor
Não basta esculpir palavras
Belas, singelas, cores pastéis
Rosas vermelhas
Telas, molduras, pincéis
Se lhe falta a centelha
Para querer falar de amor
Imóvel e frio
Esfriou o calor
Embalou a naturalidade
Pacificado pela exaustão
De se aventurar por tortuosos labirintos
Para chegar sempre ao mesmo mar
Náufrago de alma curtida
Com o gosto salgado
Das lágrimas das marés
As ondas trazem a saudades
Salgam as feridas
Lavam os pés