Quero desatar amarras nessa vida,
penetrar nessa casa, nesse quarto,
construir novo mundo, sem conflitos.
Sem essas sombras depositar meu corpo.
Lentamente cruzar essa linha tênue,
deixando esse leito miserável e frio.
Libertar-me das armadilhas dessa vida,
desse umbral de incertezas, desgarrar-me.
Soberbamente afagar minhas esperanças.
Sem as indiferenças de outrora, navegar.
Quero escrutar-me! Desabrochar minha vida!
Sereno, prosseguir sem ressentimentos.
Suavemente inquirir-me, nesses passos trôpegos.
Recompor minhas dúvidas impassivelmente.
Ruminar todas as lembranças e posses, esquecer.
Quero sentir o coração pulsante, dessa amante.
Basta desse tempo abalado, nessas amarguras.
Chega dessa escuridão, desses sonhos envolventes.
Novas sensações, novos olhares sem angústias.
Quero nesse novo dia renascer nessas indiferenças!