O prazer é uma tradução excelsa.
Voraz apetite me domina quando escrevo,
A satisfação não fica obscura, é cristalina...
No coito com a poesia, ejaculo sensibilidade.
No cabritismo com a leitura, desperto!
Uma languidez amorfa me entorpece os sentidos...
E viajo pelo canibalismo das palavras
Em busca das reações eróticas singulares
Que fazem das minhas emoções sexo artístico.
No desejo de transcender as sensações,
Busco invariavelmente uma libidinagem contextual
Em que me desponta uma criatividade virginal,
Dosada com temática da afrodisia.
É uma aventura que me deixa em êxtase...
No envolvimento com a literatura
Engravido os gêneros de forma tóxica
E me torno pai de contos, crônicas, novelas, romances...
É uma lascívia pura sem arrependimentos e traições.
Tanto a consciência como a inconsciência
Se debatem pelo orgasmo final do texto,
Pois a excitação é o produto notável dessa sensualidade
Que nada mais é que uma excentricidade cultural.
Não existem traumas, nem sofrimento, nem dor...
Trata-se de uma sexualidade híbrida,
De uma volúpia em que a atração é a palavra,
O enredo, a composição conjugal
Do matrimônio perfeito entre o artista e a arte
Donde o que se sobressai é o tesão de produzir o belo!
DE Ivan de Oliveira Melo