Hoje, Ainda Sou o Jardineiro
Longe do teu olhar
Haviam nuvens a disfarçar
E lágrimas a reportar
Um coração flagelado…
E um amor desesperançado.
Ainda que houvesse flores
Não sobreviveria…
Pois, nem sequer jardim haveria
Sem jardineiro não há flores
E sem flores… não há amores.
No passado plantei sementes
Sem regar as flores…
Cultivei amor, colhi desamores
Sim! Havia um jardim…
Sim! Eu era o jardineiro dentro de mim.
Hoje, ainda sou o jardineiro…
Ainda planto sementes…
E também cultivo amores
Mas só me vem dores e desamores!
Há esperança a cada santo dia
O sol reaparece e resplandece todo dia
Alimentando a vida, curando as dores.
Abrigarei a minha alma…
Deixando aberto o jardim…
Cicatrizes haverá sempre
Sim! Não mais espinhos dentro de mim!
_ Ernane Bernardo