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Ernane Bernardo

Hoje, Ainda Sou o Jardineiro

 

Hoje, Ainda Sou o Jardineiro

 

Longe do teu olhar 

Haviam nuvens a disfarçar 

E lágrimas a reportar 

Um coração flagelado… 

E um amor desesperançado. 

Ainda que houvesse flores 

Não sobreviveria… 

Pois, nem sequer jardim haveria 

Sem jardineiro não há flores 

E sem flores… não há amores. 

 

No passado plantei sementes 

Sem regar as flores… 

Cultivei amor, colhi desamores 

Sim! Havia um jardim… 

Sim! Eu era o jardineiro dentro de mim.

 

Hoje, ainda sou o jardineiro… 

Ainda planto sementes… 

E também cultivo amores 

Mas só me vem dores e desamores! 

 

Há esperança a cada santo dia 

O sol reaparece e resplandece todo dia 

Alimentando a vida, curando as dores. 

Abrigarei a minha alma… 

Deixando aberto o jardim… 

Cicatrizes haverá sempre 

Sim! Não mais espinhos dentro de mim!

 

_ Ernane Bernardo