Quero te falar desse amor intenso!
Te contar das minhas buscas e desenganos.
Não quero te deixar nessa casa entre sombras,
nem me torturar sem teus beijos lânguidos e hesitantes!
Fui pela cidade, estradas e noites, te buscar,
aprisionando numa paixão, esse coração errante.
Eres a silhueta, a sinfonia, que inunda a minha casa,
devorando-me nessa louca e reprimida sedução.
Posso te falar da dor do meu amor, amor sofrido.
Não quero te deixar assim, inquieta, dissimulada.
Quero construir castelos, pontes, na ternura de teus abraços.
Não posso ficar, nesse devaneio, sem solução e sem amparo.
Vou por esta estrada, trôpego, desvendar meus desejos.
Precisar meus passos, sem ilusão, nesse descompasso.
Buscar nas melodias ao longe, novos e frágeis acordes.
Afagar melancolia nesse desatino, nesse amor insano.
Quero te contar meus segredos, quero te dar um beijo.
Quero penetrar tua carne, com tesão, desvairadamente.
Acariciar teu corpo, eu posso nessa noite abrasante.
Quero desvendar segredos em comunhão, com efusão,
entre beijos, aprisioná-la plenamente. Sim, eu posso!
Só não posso ficar assim, desprovido das tuas mãos.
Quero te dar um pouco dessa noite aventureira.
Compartilhar contigo esse pão, nesse abrigo!
Quero te envolver nessa confusa paixão, quero te despir.
Deixa te contar, um pouco, do meu amor, da minha dor.
Posso te dizer dos meus amores, meus descuidos e desatinos.
Só não quero ficar perdido, entre inquietações, nessa tristeza.
Amor fugaz é que me ofertas, inundando meus desejos,
nesses espasmos, nessa avidez, nesse fervor, amor indiferente.
Entre beijos e clamores se revelam tantos medos, tantos sonhos...