O cavalo parou com medo
diante da água fria do rio
pois as laminas cegas
morder-lhe-iam o pescoço
tombado na guilhotina
contudo
não havia rio
nem laminas
nem guilhotina
nem cavalo
limitei-me a regressar
de mão dada a ninguém
pelo pomar sem fruta
imaginando
o pelo liso
aveludado
como pétalas de rosa
e joguei-lhe moedas!
mais moedas!
e nem uma rosa
jamais se caçará borboletas
com moedas.