Era uma vez ...
Num reino encantado
Uma coisa muito estranha aconteceu
Até hoje ninguém nunca soube... até hoje!
Uma estrela do tempo me contou
E me pediu pra contar pra todo mundo
Como sou obediente , estou contando
Antes que ela se enraive e me rasgue, com um raio
Neste suposto reino encantado
Havia um menino, não anotei o nome
Poderia ser João , ou Fabrício...simplicio...
José... Vinicius...quer saber ?
vou chamá-lo de ,menino sem nome.
Menino sem nome , Vivia feliz neste reino
Fazia bagunça, comia besteira
Corria nos campos com seus amigos
Brincava de bola de gude e era um grude com o Birosca .
Calma, Birosca era seu cachorro:
Manhoso cãozinho, que se enroscada nas pessoas,
No meio da casa , no meio da rua
Birosca era feito de rabo abanando e pura alegria.
Menino sem nome , era a atração principal
Se enterrava em beijos e carícias
De seu pai , de sua mãe, de seus avós
Todo mundo queria apertar o menino
Aprendera as primeiras letras com a mãe,
O pai reforçava e se alegrava com a inteligência do menino
Era bom aprender daquela jeito
O menino sem nome , assim ia aprendendo...
Até que chegou o tempo , de aprender direito,
E o menino sem nome , foi pra escola
Naquele início foi um grande tormento,
Professora bondosa, virou uma bruxa ...
O menino feliz , se sentiu sozinho
Na sala de aula , não tinha o Birosca
Não tinha maezinha ,não tinha vozinha
Se assustou o menino ,aí ele chorou...
Tão triste aquele choro, quanto desespero!
Como se tudo não fizesse sentido
O mundo acabou para aquele menino
Não tinha mais fome o menino sem nome
O que era brincadeira virou obrigação
Juntar as letras não era mais diversão
Dever de casa tirava o tempo de brincar
Menino sem nome , foi ficando triste...
Até que aconteceu uma coisa doida
Um dia na sala de aula , o menino se enfureceu
Disse pra professora que não ia mais fazer nada...
Que nada daquilo fazia sentido , disse que as letras não serviam pra ... nada...
E naquele momento um silêncio, se fez
Um silêncio de tristeza de todo o universo
Parecia que o tempo havia parado
E desta vez a professora , chorou...
Mas a professora, apesar de muito triste,
Castigou o menino sem nome ,
Que teria que escrever 100 vezes a frase:
\" As letras e os números, são importantes\"
O menino chegou em casa e nada falou
Pensando em tudo que lhe passara
Aquele dever de casa gigante e ele repetia:
Não serve pra nada , não serve pra nada ...
Naquela noite ele dormiu, chateado ...
Acordou no meio da noite
Com o Birosca na porta do quarto
Latindo palavras desconexas: auauauau
O menino sem nome , foi seguindo o Birosca,
E foi levado ao quintal , onde havia uma nave espaciallll
Acreditem, a nave tinha formato de biscoito recheado...
Curioso , o menino sem nome entrou sem pensar
As portas se fecharam , a nave voou
Em zigue-zague por toda a galáxia
Estranhamente o menino não teve medo
Viajou , para perto das estrelas
Até que chegou , em um planeta
Um planeta que também não tinha nome
A nave pousou numa grande praça
Onde havia uma multidão de letras...
Eram letras e símbolos e números
Misturados , alucinados e gritando
Confusão, microfones ligados
Discursos de letras, entusiasmadas
O menino sem nome , viu que era uma eleição ,
Para saber quem seria a letra mais importante ,
Entre todas as letras e os numeros,
Naquele que parecia um mundo perdido.
Num dado momento, a letra A , subiu no palco,
Disse que \"deveria ser a líder de todos\"
Pois era a primeira, do alfabeto ...
Que sem ela , não tinha nada e isso e aquilo...
A letra B, foi em seguida , dizendo
\"Sem ela não havia Beleza\"
A Letra D, se dizia : \" Deusa\"
O número 1; \" era o melhor...o primeiro\"
O menino sem nome , sem paciência
Pegou o microfone e foi pra tribuna ,
Sem pensar disse coisas terríveis
\" Que nenhum deles serviam pra nada ...\"
O menino, não podia entender o poder
Que a sua palavra tinha,
Um vazio encheu de dor o momento
O universo se partiu e o menino acordou...
Na manhã seguinte quando o menino sem nome se levantou,
Havia algo muito diferente na vida,
Seu pai tentava ler o Jornal
Mas as letras misturaram e ele não entendia,
As pessoas procuravam as palavras em vão,
Os números, os símbolos, fugiram da compreensão
Das bocas saiam apenas grunhidos
Numa inquietação sem sentido
A mãe do menino, teve que fazer mímica
Para dizer pra ele ir para escola
ficava pulando igual uma louca
\"Ardtsosiwrwww\" era o que ela dizia
Na escola , o menino sem nome entendeu
todas as coisas que aconteceu
o que dissera para a professora
e tambem para as letras , naquele planeta
as letras se recusavam a se ordenar
os livros , cheios de palavras vazias,
os sinais nao sinalizavam mais nada,
os números se amontoavam nas equações.
Foi assim que desapareceu a comunicação,
o mundo endoideceu e virou confusão
ninguém entendia ninguém
Até o Birosca perdeu a vontade de brincar
O Menino sem nome ,compreendeu
Que por sua causa ,aquilo acontecia,
Quando anoiteceu , ele foi dormir
Desejando ir para aquele mesmo sonho
Acreditem... aconteceu de novo,
a nave espacial de biscoito
levou o menino sem nome pelo espaço,
até chegar no planeta sem nome .
Tudo estava uma bagunca generalizada
Nao havia mais eleicao , todos estavam tristes
Perdidos e chorando pelos cantos:
As letras , os números, os símbolos
O menino sem nome , foi para o monte mais alto que havia,
Chamou todos para o este lugar
E disse coisas , que nem ele sabia se poderia,
Palavras de tanta sabedoria , que o universo se juntou de novo
\" Me desculpem amigas letrinhas
Vocês são toda a beleza que há ,lá na terra
juntas ensinam , tudo pra nós
nos livros , na lousa , nas bocas
na história , cultura , na poesia , na música...
Dona letra A , voce é a primeira do alfabeto,
mas para escrever uma frase ,precisa, das outras por perto,
Todos somos importantes, uns para os outros,
Neste momento , o menino chorou de novo...
Aquele choro , do menino sem nome
foi a coisa mais linda , que já aconteceu,
Depois disso , o céu sorriu
E o dia amanheceu.
Agora o Birosca , já se enroscava no menino,
E ele já estava se indo alegre para escola
Com 200 frases escritas no caderno:
\" As letras , os números, os símbolos, são importantes\"
Foi assim que tudo aconteceu
Naquele reino encantado
Que um menino sem nome
virou o rei das letras...
Antonio Olivio
na nossa inocência de crianca , possamos encontrar a nossa essencia e viver para o perdao e para sermos luz neste mundo de Deus!