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Victor Severo

“Ode” aos canalhas.

Todo o canalha chora.

Quando é desmascarado.

Nega, se humilha, implora.

O perdão do explorado.

 

Ontem ria impassível.

Acima do bem e do mal.

Se achando invencível.

Com pose de maioral.

 

Hoje caído e aflito.

Jura falsa contrição.

A lamentar seus delitos.

Clamando absolvição.

 

Tu não me engana canalha.

Eu sei de onde tu vens.

Procura a tua gentalha.

Agora que nada tens.

 

Esse pranto copioso.

Que derramas falsamente.

É bálsamo maravilhoso.

Remédio para minha mente.

 

Não sou da tua igualha.

Não tenho por ti piedade.

Minha vingança gargalha.

Da tua iniquidade.

 

Portanto morra canalha.

No teu merecido antro.

Qual navio que encalha.

Não me comove o teu pranto.