Espiando pela janela
Percebo ela
Perambulando pela ruela
Em busca de amor,afetividade
Na era moderna
Mal sabe ela
Que os reflexos da colonização
Dificultam a construção
De laços, de uma relação
A discriminação não permite
Amor a uma preta não
Amor romântico
Para as mulheres de cor
Quando ela busca
Transformar sua realidade
É quando ela mais se afasta
Da rede do amor
Amor revestido
De cuidado e respeito
É o que todas querem
Evoca do peito
Semelhante á violência
Aos nossos corpos
Pelos senhores de engenho
A discriminação é também
Truculenta
É desrespeito
Ao pensar que o amor da preta
Está fadado
a uma vida solitária
Ela se reinventa
Como uma borboleta dourada.