Obscenas palavras ditas nesse deleite.
Obrigou-me a possuir-te inteira, nessa noite,
entre tantas noites de entregas plenas e prazeres,
na imperfeição das nossas carnes, nesses coitos.
Te escolhi, te olhei, deslizei meu corpo,
ao teu encontro, sem altivez, com desejo apenas.
Belicosamente nesse mundo que gritava de desejos,
me arremessei a tua boca, nesse instinto, nesse frêmito.
Na aflição de te amar, liberei essa fera conturbada,
nessa noite que se multiplicou entre sexo, vinho e êxtase.
Desejo, tantos desejos remoendo minhas entranhas.
Depois silêncio nesse íntimo laço, nesse abraço.
Colado entre a noite e teu corpo, permaneço.
Entre suores e sonhos me enterneço, extasiado,
contemplando teu corpo desnudo, nesse sono,
na consumação da tua entrega, nessa noite calma.
Meu amor é assim, sem pudor, desmedido, urgente.
Esse amor é assim, louco, nesse frenesi de nossas bocas.
Roubei cada beijo dos teus lábios escancarados, deleitosos.
Amanheceu a minha volta a nudez desse teu corpo desejado.
Ao redor dos teus ouvidos, faço versos desmedidos,
anunciando esse dia vacilante de flagelo, tão lascivo,
entre a claridade dessa manhã de espasmos, meus clamores,
desabrochando novas emoções, nessa tua mirada insistente.