Fumega o café… Tênue fumaça, eleva um pensamento, frio como o lábio,
que agora aquece…
Ao torpor do momento, resta apenas saborear o silêncio,
entre pequenos goles do líquido negro e forte.
Deixo absorto o pensamento, sem peso, sem norte…
Somos palavras, aromas e sabores de uma poesia a deriva
Sem aporte…
Como a fumaça que se esvai, sem outra saída.
Fim de noite, fria e vazia
Esvaziou o pensamento, os braços, entre cansaços e dores do tempo.
Tempo estranho… Como uma onda, parece varrer o riso.
Só se ouve reclames e uma poética louca em um poema imprevisto.
Deixo que se derrame…
Ema Machado