Ao final do caminho de pedras
Dissolvia-se em luz o ar
Nessa terra devastada
Pela falta de justiça
O ouro comanda o chicote
Dilacerando a face dos jasmins
Carcomidos pés de barro
Avançam marchando contritos
Empunhando punhais e sabres
As auroras trazem o mesmo
Soturno ritmo da infâmia
Que destrói as esperanças
Enquanto abutres elegantes
tocando com suas garras de fel
o gelado coração das ruínas
vão tirando restos e gotas
da carne gasta em odisseias
que se repetem incessantes
sem heroísmo nem honra
apenas o carregar constante
Dos castelos desmontados
Para erguê-los sobre penhascos