//meuladopoetico.com/

Paulo Luna

Ao final do caminho de pedras

Ao final do caminho de pedras

Dissolvia-se em luz o ar

Nessa terra devastada

Pela falta de justiça

O ouro comanda o chicote

Dilacerando a face dos jasmins

Carcomidos pés de barro

Avançam marchando contritos

Empunhando punhais e sabres

As auroras trazem o mesmo

Soturno ritmo da infâmia

Que destrói as esperanças

Enquanto abutres elegantes

tocando com suas garras de fel

o gelado coração das ruínas

vão tirando restos e gotas

da carne gasta em odisseias

que se repetem incessantes

sem  heroísmo nem honra

apenas o carregar constante

Dos castelos desmontados

Para erguê-los sobre penhascos