Jucklin Celestino Filho

TUDO É POESIA

 

Escrevo verso porque gosto.

Não tem esse troço

De ser bonito ou feio!

Escrevo porque gosto!

Poeta? Não sei se sou.

O que me basta,

Não é a sílaba que rimou,

O tom que ao verso dou;

O que me basta,

É imprimir

À poesia emoção,

Através sentimentos

De pureza, de amor;

Até porque, ninguém é poeta

Por escrever versos.

 

 

Poeta é quem sabe sentir

A poesia em toda a sua grandeza,

Integrada à beleza

Provinda dos encantos da natureza,

Onde tudo canta e vibra,

Palpita e estua

Ao ressoar de suave melodia.

Tudo é poesia!

 

As matas verdejantes,

Os riachos murmurantes,

A flor que desabrocha,

A escarpada rocha,

O vento que tange as folhas

Pendidas dos galhos

Das árvores, molhadas

Pelo orvalho da madrugada,

O mavioso cantar dos passarinhos,

Retornando felizes aos ninhos,

A cantoria incessante

Dos grilos, dos pirilampos,

O coaxar dos sapos,

Fazendo festa à mata fechada,

Que lânguida, se rende,

Aos eflúvios amorosos.

Tudo é poesia!

 

Você, que ama a poesia

Na sua essência

Mais pura,

Vem comigo

Adejar pelo infinito,

Ao abrigo celestial!

Vem, amigo,

Que tudo é tão bonito!

Mostrar-te-ei a Excelsa Cadência

Da Poesia de Estrofes de Ouro,

Eternal Tesouro

Da Obra de Deus!

Vem! Porei ao alcance dos

Olhos teus,

O véu da noite no ocaso,

Algo esplendoroso de admirar:

O céu, gigante azulino

Tomado pela escuridão,

Solto no espaço, sem nenhum

Esteio, a prendê-lo à imensidão;

O sol, no horizonte desmaiando,

A brisa, a praia beijando,

E, em concerto de formosura

Sem igual,

O Senhor Deus, do astral,

Regendo, a Orquestra Divinal,

Permitindo a todo olho humano

Ver o céu pejado de estrelas,

As nuvens e o luar --

Suspensos no espaço sideral,

A brincar, a enfeitar, a clarear,

A noite escura.

Tudo é poesia!