Num vento que refresca minha face
Sinto o perfume dessa terra
Das águas do rio encantado,
Da força de sua natureza
Agora sei onde estou
Acordado continuo a sonhar
Em frente à espuma das águas
Correndo nas pedras
Espírito em movimento
Emoldurado pelas cores da vida.
Na corredeira se vai, mas continuamente se chega
Todos os dias, todas as horas, todos os segundos
Em todas as estações, ao sol e à lua,
Não cessas nunca, não cansas, nem descansas,
Apenas te escondes dos olhares distantes
dos teus amores de fins de semana.
Tens o desejo escondido do amor proibido,
Tens água santa a lavar os pecados locais em batismos.
És o refúgio dos poetas cansados,
ou dos humildes residentes, amigos de sempre
e amores cotidianos.
O cheiro das águas tuas é o perfume que nos representa.
Corrida da vida, corrente de sonhos,
Correnteza de amores acorrentados na saudade que muitos sentem de ti.
Descanso dos forasteiros, tormenta dos apaixonados.
Violência e tranquilidade juntos em si,
Numa explosão de sensações.
Sendo apenas uma, multiplicada em imagens que nunca irão se repetir.
Molhar os pés ou se lançar inteiro?
É o dilema escondido em cada visitante
Às tuas margens, e às margens da vida repetidamente
Rumo ao destino de todos nós
Vai tuas águas ao curso do teu rio em mim
Corredeira de sentimentos
Sem começo, meio, nem fim.