Sinto
Do meu corpo
O único calor que me resta
Ouço
No meu peito
Batidas em ritmo fúnebre
Vejo
Da fresta do meu olhar
Vultos dos passos do desprezo
Degusto
Do meu vazio
A fome concorrendo com o frio
Vejo
Do meu olhar turvo
As sombras desvaindo meus desejos
Ouço
No gelado chão de rua
Gemidos do meu próprio devaneio
Sinto
Na minha dormência
Os últimos suspiros de desalento
Sinto
Da minha desdita
O socorro que me recolhe em morte