Sempre foi da mesma forma!
A vida entrando devagar, destoante,
perpassando esses tempos indeléveis, em cada dia,
nas frestas de cada existência, esse tempo austero.
A vida marcando cicatrizes nesse tempo de incertezas.
Tempo de angústias, matando-nos, descontruindo,
murchando flores, envelhecendo-nos, apagando paixões.
A vida e o tempo nessa luta permanente, prostrando-nos.
A vida se esvaindo nesses tempos, sem atropelo,
assolada por tristezas, entre tempos zombeteiros...
Dizer que o tempo ameniza, é mentir, nessa vida,
vida que passa na composição desses dias de mormaços.
Sempre será assim, essa conflituosa relação!
Vida e tempo, associados, deformantes, transgressores.
Pondo rugas em minha cara, profundas marcas,
emoldurando-me com essa bengala, prostrando sonhos.
A vida é o tempo passando, emoldurando feridas.
É areia movediça, olhos tristes nesse anoitecer de tantas vidas,
É uma desolação, uma desconstrução, um atropelo de lembranças.
Resultante desse conflito entre a vida e tempo só resta espanto!