O sol partia num ocaso lento,
As nuvens seguiam em seu cortejo,
E olhando-te sem mágoas e lamentos,
Olhos que brilhavam como um lampejo.
Macerados por dias lutulentos,
Enublavam-se com sonhos e arpejos,
Vós que se abrem ao cântico dos ventos,
E dormentes se fecham com um beijo.
Olhos de noites em alvoradas,
Que trazem-lhes contigo a solitude
Das almas que vivem encasteladas.
Ó silêncio das ermas sepulturas,
Que segue-me os passos na pulcritude
De um bosque de névoas e de alvuras...
Thiago Rodrigues