Tuas pétalas pálidas derramam-se pelo chão
Arrastando-se, tornas ao pó que te fez germinar.
O vento te leva, aos pedaços, à imensidão...
Olhas ao redor e não vês onde possas pousar.
Todo teu sofrimento é pouco, quase nada,
Se tu sofres pela tua própria dor,
Ela é tua e com ela convives, conformada...
Dura coisa é sofrer de outro, um dissabor...
A dor maior, que faz tua alma dilacerada
É a que sofres pela flor que de ti saiu,
Vendo suas lágrimas derramadas
E o destino sorrindo da dor que ela sentiu.
Vês tantas flores sorrindo,
Os próprios jardins concebendo...
São rosas e jasmins florescendo,
Os velhos jardins colorindo
Ainda vem dias
Que tu também sorrirás
Verás tuas flores sorrindo
Com toda cor se cobrindo!
Edla Marinho
20/11/2012