Nas rodas rotineiras
Em que as fortunas se acumulam
Não se sente cheiro
De suor ou gosto
Do sangrento esforço
De continuar a produzir
Pela esperança de ter
Um pouco para viver
Nem se sente a dor
Da fome a corroer
A matar
A levar
Não se vê
O desespero do pobre
Que acorda sem saber
Se ainda irá comer
Pois nas rodas rotineiras
Em que as fortunas se acumulam
Não batem corações
E o único som
A despertar a atenção
É o ruído do cifrão
Anunciando a acumulação
Assassina do capital