Paulo Luna

Nas rodas rotineiras

Nas rodas rotineiras

Em que as fortunas se acumulam

Não se sente cheiro

De suor ou gosto

Do sangrento esforço

De continuar a produzir

Pela esperança de ter

Um pouco para viver

 

Nem se sente a dor

Da fome a corroer

A matar

A levar

 

Não se vê

O desespero do pobre

Que acorda sem saber

Se ainda irá comer

 

Pois nas rodas rotineiras

Em que as fortunas se acumulam

Não batem corações

E o único som

A despertar a atenção

É o ruído do cifrão

Anunciando a acumulação

Assassina do capital