Alvaro dos Reis

Se for para me amar, ame-me agora

Se for para me amar, ame-me agora

pois, breve virá o inverno 

com os seus abraços abertos

no calor ensurdecedor da escuridão

para dançar a valsa macabra

com as memórias palpáveis da minha alma.

 

Ame-me agora,

antes que os campos se vistam de nudez

e as pestes devastem o que sobrar da existência

 

Ame-me agora,

antes que os rios, lagos e mares

se tornem desertos poluídos de foices

albergando cálidas vidas no coração de Hades.

 

Se for para me amar, ame-me agora

em que este coração é a pátria

que a tua jurisdição comanda 

 

Ame-me agora,

em que esta voz é a pauta das notas

dos divinais coros na contemplação

da formosura e pureza das claves do teu corpo

 

Se for para me amar, ame-me agora!!