Carlos Lucena

QUIMÉRICA

QUIMÉRICA

Eu sou vento
E carrego na crina 
a liberdade das nuvens
nuvens que vão e vêm
Deformam e se formam!
Eu sou como a chuva
E sou como sol
Que molha  e que seca
E que debruça-se 
sobre o leito do chão 
E sou como sopro
Sopro de vida
Que se enreda na alma
E como horizonte
Beija a brisa calma.
Eu sou como garça 
que plana rasante 
Mas pousa 
sobre as nuvens.
Eu sou o monte
Imponente
Coberto 
por nuvem como véu
Abraçando as cordilheiras
Espalmadas para o céu 
E eu sou como 
a Lua vestida de carmona 
em seu bordel 
Galopando 
em seu  corcel
Onde esquia
a linda prostituta 
Que escuta
A poesia quimérica 
da  noite cantada 
por  seu  menestrel!