Assim está o meu sangue
Fervendo de indignação
Nessa sexta feira treze
O escárnio de uma nação
Que se atreve a celebrar
Sem o fim da escravidão
Já que ela não acabou
Se estendeu e ficou pior
Só pra alguns, devo dizer
Pro patrão ficou melhor
Não precisam de correntes
Sem grilhões rouba o suor
Hoje escravidão persiste
É uma trama engendrada
Não precisa mais correntes
A prisão já foi montada
Em níveis bem mais sutis
É uma grande cilada
Oprimem sem piedade
Com nosso consentimento
Aceitamos a prisão
Que impôs nosso parlamento
Que nós mesmos \"escolhemos\"
Sem nenhum conhecimento
Já que a boa educação
É negada de propósito
Para sempre nos manter
Como produto em depósito
Que pode ser descartado
Ou guardado no compósito
Quando cair um entra outro
Todos nós viramos suco
Um produto descartável
Por um sistema caduco
Então isso é mais perverso
Ou será que estou maluco
Pare e pense companheiro
Não é difícil saber
Eu só lhe faço um convite
Sem querer lhe convencer
Análise bem a história
Você vai compreender
Mas antes peço a você
Desligue a televisão
Pois vai ser manipulado
Pelo Datena ou Faustão
Servos do quarto poder
Esse bando de ladrão
Nesse mesmo dia treze
Já há seis anos atrás
Assumiu depois do golpe
O filho do satanás
Eu falo do Temeroso
Discípulo de Caifás
Logo tirou os direitos
Do pobre trabalhador
E precarizou o emprego
Pobre povo sofredor
Foi pra rua sem pensar
Logo se implantou o terror
Ifood, Uber e mais tantas
Tramóias capitalistas
Se conseguisse contar
Caberia em muitas listas
O povo sempre enganado
Falsos messias e artistas
E não ficou por aí
A coisa se complicou
Nova mentira inventada
De novo o povo enganou
Fake news e propaganda
Nova mutreta rolou
Mamadeira de piroca
Também meritocracia
Tudo pra família dele
Golpe na democracia
Preto medido em arroba
Imposta teocracia
O resultado taí
Só não ver quem não quiser
A escravidão piorou
Para homem e pra mulher
O povo comendo sebo
Porquê não soube escolher
Mas moço eu estava esquecendo
Lá bem na hora de votar
Só compare os candidatos
Qual pode isso aí mudar
Quem deixou o povo morrer
Com quem Brasil vai cantar
13 é apenas um número
Ou será uma esperança
Uns afirmam é idéia
Bem guardada na lembrança
O 17 já sabem
Com 22 mais lambança
Eu termino esse cordel
Pedindo mais atenção
Pois toda escolha é só sua
Esqueça a televisão
Estude, pense e reflita
Diga não a escravidão