TEMPOS DISTANTES
Os tempos não estão sorridentes, as pessoas não estão esperançosas, o mundo demonstra fraqueza e a solidão insiste em continuar presente. A carência se aflora, a tristeza se regenera e as incertezas vão ao encontro dos meus próximos suspiros, minhas forças fogem, meus desejos se migram e mais uma vez, as luzes que pareciam me guiar, se apagam.
A vida não faz sentido, as emoções não se abraçam, as expectativas se escondem, a coerência de viver parece não se precaver, os momentos de alegria, insistem em se adoecer. Mais uma vez, sentimentos se vão, sentidos novos se apresentam, intensidades diferentes se apoiam e divergências espirituais se entregam pela conquista da minha alma, pela necessidade da minha calma.
E assim, as energias se entregam à escuridão, a determinação de vencer se encarna no pessimismo e uma possível relação entre lutar e conquistar parece inexistir por completo, as lembranças se desconstroem, as memórias de resistência se despedaçam, as feridas se alargam e suas marcas jamais serão respostas memoráveis de uma superação.
E os abraços de que tanto necessitamos, se tornam escassos, os sorrisos, se tornam estreitos e os olhares nunca foram tão desconfiados. O medo nunca foi tão empoderado, as lágrimas nunca foram tão persistentes, o silêncio já se tornou perturbador e a angústia já se encarrega de ser inquilina dos dias escuros que ainda estão por vir.