Jonas Teixeira Nery

Sem prumo

 

Um ponto, um contra ponto!

Encontro, nos teus olhos,

esse ponto, indagando feridas.

Imprecisas auroras naquele encanto.

 

Rumo, sem prumo, nessa vida

Ao teu encontro, num labirinto,

fingindo, brincando, sem angústia.

Esperança reluzente nesse ponto.

 

Imprimo, nesse alento,

minha esperança nua, disforme!

Espreito teu olhar, ousando nua.

Coisas feitas, no desalento, nesse encontro.

 

Outro ponto tem vista (ponto de vista).

Reflete teu olhar entre tantos contra pontos.

Intenso delinear dessas palavras tênues,

inserindo rima nessa língua felina.

 

Teu ponto é meu contra ponto (ponto!)

Indiscutíveis desejos nesse entre pontos,

escondendo pontos nas linhas do teu corpo,

delineando silhueta entre espantos.