Laranjinh@

Pedido a Deus

Ó Deus, venho a ti desconcertado.

Desconcertado como uma mãe que perde o filho.

Desconcertado como os pensamentos depressivos de um suicida.

Desconcertado como um homem que perde uma mulher querida.

Ó Deus, venho a ti humilhado.

Humilhado por ter pecado.

Humilhado por pedir-te misericórdia sobre meu sofrimento.

Humilhado por querer uma chance de consertar os erros meus.

Ó Deus, venho a ti amargurado.

Amargurado por pensar o já pensado.

Amargurado por não aceitar aquilo que já é certo.

Amargurado por não entender algo tão claro.

Ó Deus, seria eu digno de amar e ser amado? Seria tudo que passei apenas algo passageiro? Seria o amor aquela tão bonita flor?

Ó Deus, o que é amar senão se entregar, e não há algo mais digno do que se doar.

O que é a vida senão coisas passageiras, que entram no trem divino do destino e descem no ponto do desconhecido.

E o que é o amor senão aquela tão bela flor, com suas cores hipnotizantes, exalando um odor de atração.

Ó Deus, estou remoendo meus pensamentos, moendo em minha cabeça, cada pedaço dela como se fosse meu.

Internalizo em meu coração, toda sua desamorosa paixão, todo o fogo que já é cinza, essa brilhante escuridão.

Ó Deus, sinto essa tão profunda dor, dor de um tiro que faz minhas lágrimas correr, correr pelo meu gélido rosto, rosto de tristeza e espanto por sentir tal estrondoso tremor.