Desgostos
Desgostos de quem chora, em plena primavera!
Quando seu espelho mira com uma expressão severa;
Em êxtase de ver-se e não se achar gatesgo;
Não parte o espelho todavia se deixa vesgo!
Desgostos de quem ama, e quer deixar d\'amar
Porque o amor se tornou o seu lindo azar;
Queria tanto que seu amor lh\'afaga-se;
Sem ele ao perto em melancolia afoga-se.
Desgostos de quem peca, sem entender o seu pecar;
Qu\'equânonimamente o naufrágio sorri ao mirar;
Quando souber que lá morri, ai também s\'irá afogar.
Quem nos dera a todos esse desgosto acabar;
Anseios, Ansiedades e vergonhas o que me trago!
Voam como andorinhas pelo céu, lindo a matar!