Pedro de Alma

Desgostos

Desgostos

Desgostos de quem chora, em plena primavera!

Quando seu espelho mira com uma expressão severa;

Em êxtase de ver-se e não se achar gatesgo;

Não parte o espelho todavia se deixa vesgo!

 

Desgostos de quem ama, e quer deixar d\'amar

Porque o amor se tornou o seu lindo azar;

Queria tanto que seu amor lh\'afaga-se;

Sem ele ao perto em melancolia afoga-se.

 

Desgostos de quem peca, sem entender o seu pecar;

Qu\'equânonimamente o naufrágio sorri ao mirar;

         Quando souber que lá morri, ai também s\'irá afogar.

 

Quem nos dera a todos esse desgosto acabar;

Anseios, Ansiedades e vergonhas o que me trago!

Voam como andorinhas pelo céu, lindo a matar!