Enquanto tudo acaba,
Permaneço frente à lápide
De minha última chance,
De tudo que nunca foi...
Se as estrelas dançassem,
Se os horizontes caíssem,
Se as sombras soubessem,
Se os vazios compreendessem...
Mas não há paz no abismo,
Não há salvação sob esse sol
Cativo, monótono, dilacerado, vão...
Não há alma alguma aqui,
Só ossos metafóricos
E resquícios de rostos e dores...
Enquanto o mundo acaba,
Permaneço em frente a ti,
Filha do Tempo, temível,
Esperando o piscar de olhos
Derradeiro, o anoitecer eterno,
A despedida que nunca acaba...
E tudo se vai pelas ruínas do nosso primeiro amor.