Sou um mero , vago e lento vagão,
Por onde tens que passar sedenta,
Com esta pressa violenta,
pisando meu fraco chao.
Sou de ferro fundido e velho,
Feito ainda pelas mãos,
De tantos que deram a vida ,
Pela vida da nação .
Sou o povo sofrido nos guetos,
Os que caem de balas perdidas,
Estou nas dores que trazes no peito,
Sou a pobreza dormindo nas ruas,
Sou a mãe das tuas alegrias ,
Parceira das tuas aflições,
Aquela que te alimenta,
E lhe oferece o coração.
Sou eu que te abraço ,
Nas matas , nas praias ,
Nas praças, nas águas
No ceu azul , te acolho.
Apenas lhe peço socorro,
Que abrace seu sofrido povo,
me proteja dos abutres corruptos,
acorde este amor de novo.
Sou sua casa
Sou seu passado e futuro
Sou seu amor nascituro
A sua patria amada Brasil...
Antunes Oliveira