Contorna o déjà vu
Em tormentosos embates
Desde o primeiro homem tudo já foi escrito
Desde o primeiro sonho de um Neanderthal
É preciso seguir e ir mais além
Encontrar palavras comuns
Para sensações comuns e iguais
Convergindo nas descobertas
Já não há mais esperança da colheita
Semeia, semeia, semeia sempre
Espera deixar frondosas sombras
E o sabor adocicado dos frutos
Os versos permanecerão pelos campos insepultos
Espalhados pela terra
Bons soldados e maus soldados
Misturados e irmanados no esquecimento
Carcaças de soldados desconhecidos
Um ou outro será lembrado
Um ou outro será lido
Rasas covas entre mausoléus bem enfeitados
O joio misturado com o trigo...