Marçal de Oliveira Huoya

Dèjà vu

Contorna o déjà vu

Em tormentosos embates

Desde o primeiro homem tudo já foi escrito

Desde o primeiro sonho de um Neanderthal

É preciso seguir e ir mais além

Encontrar palavras comuns

Para sensações comuns e iguais

Convergindo nas descobertas

Já não há mais esperança da colheita

Semeia, semeia, semeia sempre

Espera deixar frondosas sombras

E o sabor adocicado dos frutos

Os versos permanecerão pelos campos insepultos

Espalhados pela terra

Bons soldados e maus soldados

Misturados e irmanados no esquecimento

Carcaças de soldados desconhecidos

Um ou outro será lembrado

Um ou outro será lido

Rasas covas entre mausoléus bem enfeitados

O joio misturado com o trigo...