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Shmuel

Sonhos adâmicos

Não pouparei minhas pupilas

em ver-te caminhar 

estrada afora,

Entre sonhos e flores

a bela passeia,

dissipando suores e pensamentos,       

em ritmos que minhas narinas não acompanham,

Te contarei do tempo que penava,

Quando a claridade era escassa, por essas bandas,

 Tropeçavamos em anjos e harpas,

Recordo da velha choça no meio do nada,

Recordo a vida no meio do nada,

E me indignava;  do barro, surgir: teus seios, dentes, cabelos e coração,

Em agradecimento beijava Deus,

Que de mim era tão próximo,

Enquanto você curava, as margens de um rio que fluía inversamente,

Não pouparei as meninas dos olhos meus em vigia- lá , nas estradas, nas montanhas,

Pobres guerreiras que sangram 

sobre os campos floridos,

onde nua você caminha,

Beijando as rosas que ainda não eram carmim.