Laranjinh@

Pensamentos

A que ponto cheguei, onde o que outra pessoa sente por mim é mais importante pelo que sinto por mim mesmo.

E não seria a minha necessidade de companhia somente um fruto de minha carência?

Porém o que é a carência senão um sentimento superficial, ao ponto de não ser digna de entrar numa oração.

A que ponto cheguei, quando meus sonhos e desejos se tornam apenas sonhos e desejos.

Aonde está indo minha bela sinfonia afrodisíaca dos sonhos distantes e grandiosos dignos de contos dos cavaleiros da távola redonda.

Sou poeta?

Sou algo.

Sei de algo.

Penso tantas coisas que parece que penso em nada.

Seria pensar demais uma dádiva ou uma maldição?

Como posso eu um ser, apenas um ser, ser capaz de pensar em tantas coisas e querer sentir tantas emoções, quando tudo que sinto parece nada.

Mas se o nada é tão vazio assim, por que ocupa tanto espaço?

Será que espanto, quando tento, e será tento da maneira certa?

E será que tem maneira certa?

São apenas palavras, palavras sem rima ou lírica, palavras sem sentido e nexo.

A que ponto cheguei, onde sinto tanta dor e estou confortável com isso.

Por que faço o que faço?

Mas se fiz, não foi por que quis?

E se não quis, por que fiz?

Por que faço das pessoas o que elas claramente não são?

E o que faço para essas pessoas?

Não entendo nada de que penso, só entendo que penso e penso, e penso.

Penso tanto que me deixa cansado, cansado de tentar entender, fazer e agradar.

Será que minha própria companhia é de tão mal assim?

Por que não apenas aceito o que ocorre e deixo acontecer, é tão simples porém tão complexo.

Quando iria imaginar que os passos que caminhei, e lembrei como se fossem de lama, agora se mostram de ouro.

A saudade que sinto de tempos simples que quando eram de seu tempo eram tão complexos, porém agora distantes de seus tempos se demostram tão infantis.

A saudade que sinto do abraço caloroso de minha mãe, porém não a mãe que tenho agora, mas sim aquela de meu passado.

Como sinto falta de meus amigos de infância, aqueles com quem compartilho tão belas lembranças.

Mas a realidade não está presa ao passado.

Tendencioso, lembro do passado como se fosse glória, porém nada de glória havia naqueles tempos.

Ao me permiti sentir, sinto que sinto sentimentos sem sentido.

Fugas de um futuro incerto, que eu de maneira covarde tento me afugentar.

Me afugentar de que se nada é certo nesse futuro incerto, então por que sinto tanto medo de algo que nem existe? porém não é isso que as crianças sentem quando estão em seus quartos escuros.

Penso que preciso de tanta coisa.

Quando o que preciso na verdade já tenho.

E será que essa ganância de necessidades é saudável? penso que não.

Porém penso tanta coisa.

Se me permito sentir me machuco.

Então deveria apenas parar de sentir?

Mas se parar de sentir, o que será de mim?

Não sinto raiva, não a todo momento.

Não sei o que sinto, não me enxergo com a mesma constância de antes.

Me sinto tão lindo mas tão feio.

Tão confiante e tão inseguro.

Me sinto um sonhador e um avoado.

Mas vejo o que realmente sou?

Não são os olhos falhos?

E não é o cérebro enganador?

Será que tudo que sinto, sinto por que realmente sinto ou sinto por que quero sentir?

São tantas perguntas para tão poucas respostas.

Mas será que alguém se importa?

Será que alguém se interessa pelo que eu me interesso?

E será que alguém se interessa por mim?

Até onde vai a necessidade de ser notado para ser feliz?

Até onde as ações deixam de ser ações e passam a ser atrações?

Me sinto perdido, perdido em meus sentimentos, perdido em um mundo frio e sombrio e por estar perdido não sei quando sairei dele.

Não entendo o que sinto, sei que me repito

Mas não são prosas ou líricas são apenas sentimentos escritos.

O que é mais difícil nisso tudo, aceitar? Conviver? Entender? Ouvir? Ou ver?

Talvez tudo isso seja difícil, talvez eu tenha que entender tudo, e ouvir tudo, e aceitar tudo.

Talvez eu tenha que ouvir e ver tudo

Para que tudo faça sentido.

Só queria ser aceito como sou e amado por ser quem sou.

Mas não é isso que todos querem?