Jonas Teixeira Nery

Parida silenciosa

Saudades permanentes entorpecem meus sentidos!

Tua ausência premeditada aniquila meus desejos.

Nessa caminhada, nessa paisagem, me perco sem esperança.

Desalento entorpecem meus pensamentos vagos.

 

Foram muitos os momentos, nessa explosão de sentimentos.

Foram tantos os tremores, nessa entrega, desarmado.

Súbito descaminhos, nesses passos erosivos, nessa inércia.

Errantes desatinos, nesse silêncio nítido, sem metáforas.

 

Entristeceu meu coração, banalizando esses espectros,

todas as músicas aniquilaram minhas recordações,

transbordando meus sentidos, nessa caminhada.

Lembranças emolduram essa tarde fria, entre sentimentos.

 

Tua partida, tua estúpida partida, silenciou essa paisagem,

transformando em negras sombras essas esperanças violadas.

Esse aconchego das nossas carnes, se desfez, em nostalgia.

Aniquilou-se todos os planos dessas minhas indagações.

 

Já não há mais esperanças nessa perplexidade.

Teus olhos já não passeiam, indagativos, por esse quarto.

Tua boca já não entoa a musicalidade dessa casa clara.

Este quadro agoniza nesse descaminho, sem alimento.

 

Aqui permaneço, sem digressão, desvairado nessa amargura,

alimentando-me das recordações passados, esquivando-me,

olhando a estrada marcada por seus passos, fugidios.

Pasmo, sonho com esses descaminhos, nessa cama torturante!