Estranho falar de excessos,
Mas não pretendo prolongar os versos,
De pouco tenho muito e de muito
O que me resta é o exagero.
Gente demais, que fala demais,
Que suga demais, até que roubam
sua paz, a intimidade com o seu eu.
Não queria fazer parte do excesso,
Mas na escola me ensinaram sobre hipérbole. Hoje, insisto, resisto, continuo até se tornar um vício.
Escuto demais, leio demais, me conecto o tempo todo a todo tempo, queria eu ser singular. Mas a sociedade me pluralizou .
Juro que tentei ser único, mas eles disseram faça isso a todo tempo e o tempo todo, enfim, uma cadeia de excessos virou um morro.
poemasdelipe