Em meio a tanto tormento, eu aprendi racionalizar minhas falas, aprendi a racionalizar até sentimentos
Eu estava em meio a uma trama de armadilhas, e fui obrigada a parar de sentir
Porque eu sentia tanto, eu me quebrava tanto, eu acreditava tanto que se eu continuasse assim eu não sei o que seria de mim
Eu enfiava meus pés no meio dessa rede de ameaças, sentindo minha esperança parar de circular meu corpo ,essas linhas prendiam minha circulação
Eu me sentia tão manipulada, porque eu simplesmente sentia, faziam parecer que sentir era errado
Mas eu sabia que não era, só que eu percebi que, a verdade, ela não importava naquele momento , no fim eu estava sendo morta pelos meus sentimentos
E tudo era tomado de mim, a cada lágrima que escorria de meu rosto, as pessoas viam minha fraqueza, eu pensava que sim
E eu surtei eu parei de sentir, mas em troca minha cabeça criava histórias, e eu estava sempre em alerta com o mundo e comigo mesma, desconfiando de cada porcaria que era falada
E eu superei, afinal estou aqui, escrita em mais uma poesia
E hoje uma das minhas maiores lutas é parar de racionalizar, é parar de duvidar de cada vírgula do que as pessoas dizem, é parar de duvidar do meu respirar
Oque me restava era caneta e papel, e eu escrevia poesias no escuro jogando-as por aí com o pouco que restava do meu sentir
E agora só sinto em palavras escritas em um mero papel, e minhas cordas vocais conhecem meus sentimentos apenas quando eu leio esses versos em voz alta
E minha hipocrisia é catastrófica, uma poetiza que não sabe sentir, ou que sente até de mais
-A todos aqueles que pensam de mais