Eu sou meu inimigo mais voraz,
o meu pior conselho ao pé do ouvido;
por conhecer-me n’alma o escondido
e provocar-me o erro contumaz!...
Perante o seu agir eu me intimido
e, de enfrentar-lhe, então, não sou capaz.
O ardil com que me atrai só me desfaz
ao apelar pra carne e pra libido.
Afronta-me, no espelho refletido,
e chama à tona o mal em mim retido
zombando de quem somos nesse par…
Ou mato-lhe, discreto e lentamente,
bem antes que domine a minha mente
ou ele, sem temor, vai me matar!