Marcio Martins

SONHO INFINITO

Adormeço, e em meu sonho percebo teus olhos a me fitar

Eles brilham como a lua que clareia uma noite escura

Retribuo o olhar, sinto os pelos do meu corpo a se arrepiar

As tuas mãos macias, já tateiam o breu à minha procura

 

Mesmo adormecido, me encontro num êxtase embriagante,

O coração acelera frenético, iniciando um palpitar alucinante

Não quero acordar, temo pela sobriedade no meu despertar

Brigo para permanecer inerte, e assim, também poder te tocar

 

Sofro imaginando que ao despertar, não faras parte do meu mundo

Então, rogo a Deus para defender a lucidez nesse sono profundo

Preciso manter a insensatez dessa sonífera e doce fantasia

Onde posso ser rei, servo, ou apenas eu, numa imensa utopia

 

Pouco importa, aqui não me escondo e nem preciso fingir,

O pesadelo não me perturba, não tem poder, não pode me atingir.

Só espero que continue vivo, sendo a melhor parte do meu ser

Me fazendo acreditar que todos os dias, há um novo adormecer.

 

Se por caso, o insensato destino quiser que meu corpo desperte

Que possa então, trazer com ele algo mais intenso e mais forte,

Por isso, sempre antes de dormir, me ajoelho e faço uma prece

Implorando aos céus, que o meu sonho infinito, seja sempre você!

 

 

Márcio Paz Martins

M. Frank