Adormeço, e em meu sonho percebo teus olhos a me fitar
Eles brilham como a lua que clareia uma noite escura
Retribuo o olhar, sinto os pelos do meu corpo a se arrepiar
As tuas mãos macias, já tateiam o breu à minha procura
Mesmo adormecido, me encontro num êxtase embriagante,
O coração acelera frenético, iniciando um palpitar alucinante
Não quero acordar, temo pela sobriedade no meu despertar
Brigo para permanecer inerte, e assim, também poder te tocar
Sofro imaginando que ao despertar, não faras parte do meu mundo
Então, rogo a Deus para defender a lucidez nesse sono profundo
Preciso manter a insensatez dessa sonífera e doce fantasia
Onde posso ser rei, servo, ou apenas eu, numa imensa utopia
Pouco importa, aqui não me escondo e nem preciso fingir,
O pesadelo não me perturba, não tem poder, não pode me atingir.
Só espero que continue vivo, sendo a melhor parte do meu ser
Me fazendo acreditar que todos os dias, há um novo adormecer.
Se por caso, o insensato destino quiser que meu corpo desperte
Que possa então, trazer com ele algo mais intenso e mais forte,
Por isso, sempre antes de dormir, me ajoelho e faço uma prece
Implorando aos céus, que o meu sonho infinito, seja sempre você!
Márcio Paz Martins
M. Frank