Para aprender e apreender
o sentido e o sentimento
não há medida nem contento
que não supere a vida
na ficção do nosso tempo.
Mas numa estória bem pequena,
visto o complexo na pele do simples
e transmudo o mistério em verdade amena.
Contam que num deserto,
em qualquer canto do mundo,
onde a vida virou pó
e o caminho da morte era aberto,
brotaram duas flores singelas,
levadas pelas mãos de um mago,
habitante solitário
e saudoso das coisas belas.
Mas elas eram tão frágeis e sozinhas
na paisagem desolada,
que a aridez as venceria
feito um papel no fio da espada.
Foi assim que o mago cauteloso
lhes conferiu especial habilidade,
para viverem de si mesmas,
adicionando à sua obra perenidade.
É que para estar forte e viva
cada flor naquele mar de areia cativa,
havia de desejar sinceramente
que a outra tivesse viço e beleza
E-ternamente.