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Marcio Martins

UM DESCANSO AO TEMPO

 

Os prédios ainda, nem bem arranhavam o céu

Ainda assim, via-se anjos querubins nas sacadas

Seus perfumes rescendiam a pureza e a inocência

Continham notas suaves, e um doce aroma de mel

 

Nas ruas, a beleza e elegância desfilavam nas calçadas

Um paraíso, onde a forma e a graça se faziam reveladas

Respeito, tinha-se em tudo, do apreciar ao tratamento

Uma conquista vinda do lar, e repassada com o tempo...

 

Tudo demorava mais a acontecer, e valia a pena esperar

Atrelado à demora, havia o prazer de se poder começar

Acreditava-se no amanhã verdadeiro, no poder do viver

Hoje nada mais demora, nem dá tempo de se conhecer...

 

A vida outrora tranquila, sinto que já que não existe mais

Parece que tudo o que era belo passou, já ficou para trás...

Dar e receber um beijo, um abraço, e até o poder de voltar...

E hoje, nessa pressa louca, nem o tempo pode mais descansar.

 

Márcio Paz Martins

M. Frank