A vida de empregado
é um tremendo barato
levanta de madrugada
ainda toma o onibus lotado.
Vai pendurado na porta
pra não chegar atrasado
se perder o trem das cinco
o domingo é descontado.
Corre pra chegar na hora
pois tem medo do patrão
marmita debaixo do braço
coração na palma da mão.
Quando chega atrasado
e vai marcar o cartão
encontra chefe e puxa saco
fazendo a vez do patrão.
No dia do pagamento
tem que andar com cuidado
pois já tem ladrão na esquina
querendo dinheiro emprestado.
E quando chega em casa
encontra o seu Manoel
esperando ele chegar
pra receber o aluguel.
Somando todas as contas
entre aluguel e prestação
o pobre trabalhador
acaba sem um tostão.
Dia primeiro de maio
eu fico a me perguntar
então chego a conclusão
nada pra comemorar.
Eu fiz essa poesia em homenagem a todos nós trabalhadores da decada de 80, os que são dessa época sabem muito bem como a nossa vida era dificil.
Quem é dessa época sabe muito bem
como era difícil a vida do trabalhador
que hoje não é chamado de peão
mas sim de colaborador.