Me chegas sorrateira ao pensamento
num ímpeto de arrojo e de paixão
tocando-me no bojo da ilusão
quando eu estou alheio e desatento!...
Tu me alimentas n’alma essa emoção
repleta de prazer, por um momento,
e fazes-me de escravo em teu intento,
o tempo todo, pondo-me em tua mão.
Carrego-te no fardo dessa cruz
que me atormenta a carne e me seduz
ao desejar-te tanto em minha vida…
Por fim, me entrego inteiro ao teu ensejo
de me inflamar na ânsia do desejo
e peco na vontade em mim cerzida!...