Ó juventude! Que por pouco, se deixou ser levada…
Quiseste ser adulta, madura, foste apressada…
Para trás, ficaram os meus sonhos, aceleraste em demasia…
Esqueceste de tudo, inclusive das tuas fantasias…
Não aproveitaste sequer o fulgor da tua puberdade
Nem gozaste da tua liberdade, aprendeste cedo a verdade
Hoje precisas que o tempo ande devagar, que demore…
E a adolescência que se foi, deseja que por ela implores
Ah! Juventude como podes ser tão ingênua e arrogante;
Não percebeste que a água passou debaixo da ponte,
Que ela é como a onda que encontra a praia, jamais voltará?
O teu discernimento à respeito da vida, foi um sopro somente…
Tudo a tua volta sumiu, escorregou, se foi assim, de repente…
Como podes ser tão negligente e imprudente consigo mesma;
Achavas que seria diferente, que o tempo seria o teu aliado?
Então vos digo, perdeste o melhor de ti, e agora és passado…
Só lhe restaram as lembranças, lapsos temporais em tua memória,
E toda a pressa com que viveste, e tua ansiedade, viram histórias
Inclusive eu, que te acompanhei, esqueci em ti meus sentimentos
E todo o antes, hoje só existe, no baú dos teus breves pensamentos...
Márcio Paz Martins