Não sei mais o motivo das minhas lágrimas
Não sei mais o motivo pelo qual escrevo.
Quando choro me perco em soluços sem fim
Sem saber o começo daquilo, mas pensando no fim
Há em mim vários que sofrem
Há em mim uma quantidade enorme de mágoas
Mágoas que guardei ao longo do tempo
Mágoas que quando rolam pelo meu rosto sabem bem que nunca fez parte de mim
Sofro por algo que nem está mais aqui
Ou estar
E talvez seja eu que não esteja
Sofro pelo amor que não amei
Pelo o tanto que sobrou e eu não dei.
Me torno vários quando escrevo
E cada palavra que sai dessa alma áspera, acaba se tornando uma peça de quebra cabeça
Quando juntas e organizadas poderás ver o meu caos.
Verás universos complexos, cheios de sonhos, esperança e uma utopia por mim criada.
Verás que tudo isso arde e queima a cada desesperança do amanhã
Tornando-o inalcançável.
Cada escrita triste e melancolica que deixo
torço para ninguém ler, torço para que se perca no tempo e espaço
Pois quando escrevo me torno todos que sou.
Escrevo para aliviar algo que não sei ainda, escrevo para quando lerem tornarem-se quem são.
Sou vários ao escrever