VISITA
Era um dia de agosto
O sol mal tinha se posto
Começava a escurecer
A brisa fresca ainda corria
Era o fim de mais um dia
Só mais um entardecer;
Ela chegou, mas nem vi
Apenas a percebi
Pelo arrepio do corpo;
Depois de um certo tempo
A gente vai aprendendo
E continua vivendo
Com a nova companheira;
É um costela que estala
Mas a gente nega a fala
Não conta nada a ninguém
Um joelho que ainda dói
Quando a chuva se revela
Um tornozelo que quebra
Uma dor aqui, ali, acolá
Nada para reclamar;
Hipertensão, coração
Probleminhas de visão
Tireóide ou glicemia
Um pouco de anemia
Para tudo há tratamento;
São sintomas da visita
Que chega fazendo fita
Não manda nem avisar
E já vem de malas prontas
Pra nunca mais retornar.
LEIDE FREITAS
( 23.04.2022 )