Marcio Martins

ARROGANTE INSENSATEZ

                 ARROGANTE INSENSATEZ 

Ó coração, foste tolo e ingênuo em demasia 

Transformaste tuas emoções em fantasias 

Deixou-se levar pelo esplendor do momento 

Agora tuas batidas de vida, viraram tormentos

 

Não conseguiste escapar das armadilhas 

Trilhou um caminho sem volta, um palpitar em vão... 

Pensaste que era soberano, o dono da situação 

Agora, sequer encontras refúgio para pensar 

 

És uma pedra que foi jogada, desceste ao fundo do mar 

Teu compasso é disperso, ouve-se um bum a vagar... 

Vive sem propósito, corres atrás das sobras, migalhas, 

De qualquer sinal de sentimento, um suspiro qualquer... 

 

Ó coração, como podes ser tão negligente assim? 

Em nenhuma vez pensaste em mim, foste subjugado... 

Virou escravo, um servo das vontades alheias 

Jamais vistes o que fazias e os erros que cometia? 

 

Não sei o que fazer, parece ter chegado o meu fim 

Por tua arrogância, pelo teu desprezo, estou condenado

Sequer uma vez, percebeste que te prendias a teias? 

Por certo não, pois tuas vontades, por vezes foram repetidas  

 

Incorreste nos mesmos erros, e agora se vê sozinho 

Penso como fazer, com tamanha descrença e estupidez 

Quero a minha vida de volta, não girando como um moinho 

         Rodando preso, sem sair do lugar, por tua arrogante insensatez.