João Matos

O corvo

Sinto o cheiro, ouço o ruído

Corro, disfarço, brinco, em vão

Garras imponentes, sorriso cínico

De joelhos imploro sua partida

Santa inocência de menino

 

Invisibilidade aos olhos tacanhos e insensíveis

Culpa, solidão entre amigos

Medo sem causa, sede de sentido

Silêncio no claro, fortaleza em chão partido

Por que vieste, devorador de almas aflitas?

 

Homens de branco, promessas garantidas

Sonhos artificiais, paraísos perdidos

Desespero matinal, pulso dolorido

Dias iguais, ser humano falido

Socorro em nevermind, melodia distorcida